27.7.07

19. Uma nuvem num pote de barro de Miguel de Castro Henriques



Gostava de um dia ler estes meus contos como se fossem de outra pessoa, de alguém que ao mesmo tempo sou eu e não sou eu. Escrevi-os sem atravessar as torturas que dizem ter o acto criativo. Ao contrário, deixei-me levar por uma voz interior pequena, quase muda e reticente, e de aparição instável, de tal modo que o substituto deste livro poderia ser 'Contos da Pequeníssima Lua'.
Penso que os contos são um modo de regressarmos a nós, à surpresa de ser e redescoberta da nossa identidade, e também são entretenimento. Esta é uma palavra de que a indústria dos media se apropriou para adormecer a nova tribo planetária, a tribo audiovisual. Porém, entreter tem um significado mais amplo do que uma simples diversão, tem a ver com um domínio do tempo, com uma suspensão do tempo, que o pode dilatar e fazer entrar no registo do tempo mítico...

26.7.07

18. Buying a Fishing Rod for My Grandfather de Gao Xingjian



A young couple on honeymoon visit a beautiful temple up in the mountains, and spend the day intoxicated by the tranquility of the setting; a swimmer is paralysed by a sudden cramp and finds himself stranded far out to sea on a cold autumn day; a man reminisces about his beloved grandfather, who used to make his own fishing rods from lengths of crooked bamboo straightened over a fire...

20.7.07

17. Harvesting the heart de Jodi Picoult



Paige has only a few vivid memories of her mother, who left when she was five. Now, having left her father behind in Chicago, she dreams of art school and marries an ambitious doctor - and soon becomes a mother herself. Overwhelmed by the demands of having a family, Paige cannot forget her mother's absence and the shameful memories of her own past, which make her doubt bother her maternal abilities and her sense of self-worth. Out of Paige's struggle to find wholeness, Jodi Picoult crafts with astonishing clarity and evocative detail an absorbing novel that explores issues and emotions we can all relate to.

5.7.07

16. Fantasia para dois coronéis e uma piscina de Mário de Carvalho




Um dia, leitor, hei-de contar as ânsias e tormentos com que se vai martelando esta artesania da escrita, em que ainda sobrevive a mão do caldeireiro ou, talvez, do fazedor de autómatos, e explicar como é desolador chegar ao nascer da roxa aurora e ao rumor dos primeiros autocarros apenas com duas ou três páginas sofrivelmente apontadas. Só este trabalho de minuciosa lavra, em traiçoeira brenha, não contando com o resto, havia de ser; não principescamente, não regiamente, mas imperialmente pago.